CANTAGALLO NOVO

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COISAS DA VELHA TERRINHA

Notícias & artigos publicados por este jornal

em seus 63 anos de existência.

O NOVO CANTAGALO edição 293, de 22 de julho de 1962:

INDUSTRIALIZAÇÃO E POPULAÇÃO

A população do município de Cantagalo sofreu considerável decréscimo em dez anos. Segundo dados oficiais (IBGE) havia, em 1950, 21.487 habitantes, número que decresceu para 17.363 em 1960. Portanto, menos 4.124 habitantes.

Cordeiro, município vizinho, teve, em contrapartida, sua população aumentada no mesmo período. De 7.441 habit., passou para 10.047 h. Aumento de 2.606 h.

Qual a causa do fenômeno?

É a falta de industrialização. Enquanto Cordeiro possui uma grande indústria e diversas menores, Cantagalo permanece estagnado, baseando-se numa agricultura decadente e numa pecuária insipiente.

Os que saem das fazendas para a cidade à procura de melhores condições de vida, verificam que o mercado de trabalho (por falta de indústrias) não dá nem para ocupar os jovens citadinos. Dirigem-se então para centros de maior industrialização, como Nova Friburgo, Niterói, Rio de Janeiro, etc.

E que fazem os políticos, diante de tão grave problema? Cuidam de aumentar o potencial elétrico do município, reivindicando junto ao governo estadual melhor tratamento para Cantagalo, lugar onde a Ibero-Americana consegue seus kilowatts? Não! Eles superlotam as repartições federais, municipais e estaduais, empregando seus apaniguados, em vésperas de eleições!

Mas o povo sabe que Cantagalo necessita é de energia elétrica para sua industrialização.Os cargos públicos já estão esgotados. Não mais há vaga nas repartições para que se continue com a política nefasta do empreguismo. Cedo ou tarde os políticos ultrapassados terão de contrariar a sua índole e trabalhar de verdade pelo bem coletivo. Sob pena de serem postos de lado, como "fósseis" para dar lugar a outros, de mentalidade arejada e verdadeiramente progressita.

INFLAÇÃO DE EMPREGOS

Foram admitidos na 8 Residência do Departamento de Estradas de Rodagem (sediada em Cantagalo) novos empregados, por conta do "pessoal de obras".

Atendendo a pedidos dessa natureza, espera o partido majoritário garantir a sua continuidade no poder, seriamente ameaçada pela candidatura Henrique Frauches, que a cada momento mais se firma no conceito popular.


JÓIAS DE AMÉLIA TOMÁS

(Reedição de artigos publicados entre 1954/64 - Seleção de Sebastião A.B. de Carvalho)

Editado em 13.03.60

VOZ

Num aposento forrado de veludo, devem as vozes soar assim...

Lembra pelo seu macio tom, as vozes longínquas: a saudade e a distância erram em sua melodia vocal...

É como o eco de passos perdidos num espesso tapete...

As próprias palavras ásperas devem soar brandamente, ditas pela cadência daquela boca...

O grito perderia a denominação, timbrado na suavidade veludosa daquela garganta...

O arminho em que mãos roçam voluptuosamente, languidamente, é como o som roçando por aqueles lábios...

É uma voz adormecida... Saudade?

Que recordação ancestral ali existe para que a saudade se evoque a cada palavra que a não espelha? Que?

Abafada, às vezes, como uma queixa, ela ondula e se derrama como onda...

Perspiratória... voz perspiratória... Infiltra-se... e fica ressoando...

Depois... Ai de quem a ouviu!

Guarda na evocação de cada sílaba uma melodia merencórea, recordativa...

Esquecido o sentido da frase, fica o som, longo, longo tempo; macio e saudoso, fundo e magoado...

Lembra então um gemido...

Deslocará ela mais longamente, mais suavemente que as outras, as ondas de ar?

Talvez...

Na macia inflexão, talvez...

Como no verso de Baudelaire, parece que todo o corpo é poroso aos perfumes, assim para vozes como aquela...

A lembrança...

Anda sempre longe... E eu a ouço subitamente, às vezes, quando outras vozes falam...

Ouço o eco que ficou...

Tem qualquer coisa de sugestivo passado...

Não é o ouvi-la que vale: é recordá-la...

Depois de faladas, de vividas, palavras e voz permanecem...

Permanecem, restam como um perfume sutil, invisível, diviso...

Alargam-se, ampliam-se e suavemente predominam...

Um som grato, vindo de muito alto, deve ser assim...

Um som de hino através das nuvens...

-- E não será a memória uma nuvem do passado?


T NOSSA HISTÓRIA

CANTAGALLO NOVO" neste ano de 1999, completará 63 anos, circulando mundialmente na Internet

este ano de 1999, assinalará a passagem do 63° aniversário da criação de "CANTAGALLO NOVO" que, fundado em 1936 pelo emérito jornalista ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO, veio substituir o antigo "CORREIO DE CANTAGALLO".

Dada a importância deste jornal, e de todas as suas fases, na história de Cantagalo, não poderíamos deixar de chamar a atenção dos cantagalenses para o trabalho profícuo do "Jornalista de Cantagalo", como foi chamado, em sua biografia editada em 1992, e de seu filho e colaborador, hoje Diretor-Redator-Chefe de Cantagallo Novo, o jornalista e sociólogo Sebastião Antônio Bastos de Carvalho. Este, brinda-nos hoje com a história da Imprensa Cantagalense, escoimada de alguns erros e omissões que infelizmente existem no livro Terra de Cantagalo, onde se omite por completo o nome do jornalista pioneiro ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO, fato que atribuímos à paixão política e à inveja diante do sucesso de outro!

Não adianta tapar o sol com peneira! A verdade pode tardar, mas sempre chega o dia em que ela brilha com sua luz irradiante, esclarecendo as mentes e alegrando os corações dos que a amam acima de suas conveniências pessoais.

Parabéns aos ilustres jornalistas que tanto labutaram na imprensa cantagalense, e nosso preito de gratidão aos que pioneiramente, fizeram a grandeza da arte de Gutemberg em nossa Terra:

Jornalista ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO, fundador de "CANTAGALLO NOVO" e "O NOVO CANTAGALO".

Jornalista SEBASTIÃO A. B. DE CARVALHO, redator-chefe, colaborador de ontem e editor de hoje dos jornais fundados por Antônio Carvalho.

 

IMPRENSA EM CANTAGALO

Sebastião A.B. de Carvalho

  Eis um resumo dos principais órgãos da imprensa cantagalense editados desde o século passado até hoje. Não pretendemos que esta relação seja completa, mas constitui uma contribuição para ulteriores pesquisas. Informações sobre os jornais editados por ANTONIO FERREIRA DE CARVALHO, algumas sonegadas no passado, outras mais recentes, tornam este trabalho um importante subsídio para estudiosos.

01. CORREIO CANTAGALENSE - 12/3/1839.

Diretor: Cristóvão Vieira de Freitas - professor público de meninos. Impresso na tipografia adquirida de Manuel José de Azevedo, que a fundara em 22/3/1838. Localizava-se na Praça Júlio Santos (atrás da Igreja Matriz). Pleiteou ser considerado órgão oficial da municipalidade. Os atos oficiais eram publicados por jornais de Niterói. Teve vida efêmera.

02. O ARISTARCO - 17/5/1840.

Diretor: Antônio Mendes Campelo. Impresso na Tipografia Popular Cantagalista. Órgão combativo. Político.

03. CANTAGALENSE - 1/8/1840.

Diretor: Cristóvão Vieira de Freitas. Tipografia de Manuel Teixeira de Sousa Jr. Semanário de cunho científico, literário e agrícola.

04. O TANGEDOR - 4/9/1840.

Diretor: Cristóvão Vieira de Freitas. Na tipografia de Manuel Teixeira de Sousa Jr.

De 1840 a 1865= Hiato: Cidade sem jornais.

05. O CONSERVADOR - 1865

Diretor: José Joaquim de Santana e Francisco Emílio.

06. O SETE DE SETEMBRO - 1875.

Fundador: Marinoni. Redatores: Boaventura José Rodrigues e Dr. Alberto Bezamath.

07. O CANTAGALLENSE - 6/1/1871.

Editor: Valentim Braz Tinoco. Redator: Francisco Emílio. Obtém subvenção da Câmara.

08. O PAPAGAIO - 1871.

Diretor: Ângelo Ferreira da Costa.

09. CORREIO DE CANTAGALLO - 1/1/1874.

Editor: Boaventura José Rodrigues. Feito com o material do "CANTAGALENSE". Adquirido pelo Dr. Herculano José de Oliveira Mafra, nele são publicados os atos oficiais da Câmara até 1883, quando Clemente Rabelo Falcão, seu novo proprietário, perde essa publicação, dada a outro órgão: "O VOTO LIVRE".

10. O VOTO LIVRE - 29/01/1882.

Redator: Dr. José Bento Vieira Barcelos. Tipografia no Largo da Matriz. Redatores: Dr. Joaquim Marques da Cruz, Capitão Luiz Vieira de Carvalho, Tenente Aurélio Hipólito de Araújo, Dr. Alberto Bezamath e Dr. Modesto Alves Pereira de Melo. Em 17/08/1882, assumiram a Redação: Dr. João Damasceno Pinto de Mendonça e Dr. Júlio Veríssimo da Silva Santos. Parou de circular em 17/11/1889, quando publicou violenta crítica ao Marechal Deodoro da Fonseca. Nessa ocasião, eram seus redatores: João Damasceno, Júlio Santos, Francisco Alípio, Alberto Bezamath e João Albino.

11. PÁTRIA NOVA - 02/02/1890.

Direção: Júlio Santos, M.F. Alípio de Damasceno. Veio substituir o "O VOTO LIVRE" . Durou até dezembro do mesmo ano.

12. CORREIO DE CANTAGALLO - 02/10/1892 (2a fase). Diretor: Dr. Júlio Santos. Gerente: Diogo Lopes de Oliveira (proprietário). Colaboradores: Raimundo Barreto Durão, Gastão Barreto, Homero Mendes, Henrique Sauerbronn, de Souza, Mário Silva, Hugo Cunha, Cássio Passos Barreto, Sadi Costa Vieira, Júlio Santos Filho, Ari Vieira, Antônio Rocha e Silva. Parou de circular em 1896.

13. O CANTAGALLO - 1896.

Redatores: Honório de Souza Pacheco, Alcino Silveira, Eurico Halfeld e Cezar Freijanes. Caracterizou-se por sua combatividade e agressividade. Impresso na Tipografia do adormecido "Correio de Cantagallo". Parou de circular em 1904.

14. TERCEIRO DISTRITO - 12/07/1908.

Redatores: Dr. Arnaldo Dietrich Filho e Alcino Silveira. Sua linha foi idêntica à do "O CANTAGALLO". Circulou até 1910.

15. TRIBUNA DE CANTAGALLO - 15/11/1911.

Fundadores: César Freijanes, Alcino Silveira e Juvenal Marques, com a orientação política de Honório Pacheco. Adquirido por Acácio Ferreira Dias a Davi Tranin, aquele manteve a mesma orientação política de César Freijanes até à morte deste, assassinado em 14/10/1925. Redatores: Mário de Freitas Oberlaender, José Jorge, José Damasceno Pinto de Mendonça, Cássio Passos Barreto e Ernani Freire Sampaio. Durou até 30/11/1935, quando, premido por dificuldades financeiras, Acácio Dias interrompeu sua circulação "em caráter provisório". Nunca mais voltou a circular.

16. A VOZ DE CANTAGALO - 1932.

Fundado por Cássio Passos Barreto, Aristides Ventura, Dagomir de Santana Reis, Antônio Farias e Joaquim Pinto Gomes. Teve dois anos de vida.

17. CORREIO DE CANTAGALLO - 26/07/1936 (3a fase). Diretor-Proprietário: Antônio Ferreira de Carvalho. Diretor: Júlio Santos Filho. Redatores: Ary Vieira e Cássio Passos Barreto. Gerente: Joaquim Pinto Gomes. Circulou até outubro de 1936, quando foi extinto pelo jornalista Antonio Ferreira de Carvalho, que passou a editar em seu lugar o "CANTAGALLO NOVO".

18. CANTAGALLO NOVO - 08/11/1936.

Diretor-Proprietário e Responsável: Antônio Ferreira de Carvalho. Jornal independente da política reinante no município. Conta, em 1938, com a colaboração de Cássio Passos Barreto (redator). A partir de 1936, o jornalista Antônio Ferreira de Carvalho vai editar esse órgão, com pequenas interrupções, até o ano de 1965, perfazendo um total de 29 anos. As interrupções foram: de 1940 a 1945, quando se transfere para Bom Jardim, onde edita A VERDADE: e durante o ano de 1949, quando edita, em Miracema, o JORNAL DE MIRACEMA. Foram, portanto, 6 anos de ausência. Em sua trajetória, o mais importante órgão da imprensa cantagalense contemporânea contou com a colaboração, além dos jornalistas Sebastião A.B. de Carvalho (Redator-Chefe) e Amélia Tomás (Redatora Literária) de ilustres cantagalenses e amigos de Cantagalo, que abrilhantaram suas colunas, tais como: Cássio Passos Barreto, Ernani Freire Sampaio, Arthur Nunes da Silva, Antônio Rocha e Silva Jr., José Naegele, Nelson Kemp, o colunista social Luiz Carlos Falcão (Calufa) e tantos outros. CANTAGALLO NOVO conheceu duas fases distintas; de 08/11/1936 a 16/08/1953, quando mudou o título para "O NOVO CANTAGALO" e daí até quando parou de circular, em 1965. Houve época em que apoiou o governo municipal, exercido pelo Dr. Carvalho Júnior, sendo chefe político o Cel. Manoel Marcelino de Paula. Mas a partir de 1954, assume postura oposicionista, contribuindo para a vitória de Henrique Luiz Frauches nas eleições de 1962, quando foi derrotado o coronelismo em Cantagalo.

Com a interrupção da circulação de "O NOVO CANTAGALO", a cidade fica sem jornal por um longo período. Algumas tentativas se verificaram, mas sem sucesso.

Lembramo-nos, porém, de trabalhos que marcaram presença como: Boletim do Rotary, redigido pelo Prof. Pedro Figueira da Silva, e o JORNAL DE CANTAGALO, patrocinado e mantido pelo Dr. João Guzzo, político vinculado ao PDT, que contou com a colaboração de Pedro Figueira da Silva. Também o ex-prefeito Antonio Carlos Gonçalves (Tontal) lançou algumas publicações, todas efêmeras.

19. JORNAL DA REGIÃO - 1985

Editor: Célio Figueiredo. Jornal semanário, destinado a atender à região centro-norte do Estado do Rio de Janeiro, destaca-se por publicar atos oficiais e notícias de interesse das administrações municipais, que apoia.

20. CANTAGALLO NOVO 08/12/1994 (3a. fase)

Diretor-Redator-Chefe: Sebastião Antônio Bastos de Carvalho. Gerente: Neusa M. Martins Oliveira. Volta a circular o tradicional órgão de imprensa local, com o título original e a mesma feição gráfica, porém atualizada. Voltou incorporando o tempo de existência: 58 anos, em sua terceira fase de atuação. As outras fases foram (ver acima): a) Como CANTAGALLO NOVO, de 08/11/1936 a 16/08/1953; O NOVO CANTAGALO, de 16/08/1953 até sua paralisação, em 1965. Iniciada a terceira fase em 08/12/1994, com seu primeiro número, CANTAGALLO NOVO destacou-se pela postura independente em relação aos poderes político e econômico, fato muito importante, tendo em vista a defesa dos interesses da comunidade.

Atualmente, circula apenas pela Internet. Cumpre, assim, sua função pioneira, de dar início, em Cantagalo, a uma nova era, escrevendo, na vanguarda, a história do jornalismo contemporâneo.

DADOS COLIGIDOS DA OBRA "TERRA DE CANTAGALO" DE ACÁCIO FERREIRA DIAS, ATÉ O ITEM 15 (parte). A PARTIR DO ITEM 17, APOIAMO-NOS EM OBSERVAÇÕES PRÓPRIAS. PROCURAMOS RESTABELECER, SEMPRE QUE NECESSÁ-RIO, A VERDADE HISTÓRICA, ARRANHADA POR ERROS E OMISSÕES EXISTENTES NA HISTÓRIA DE CANTAGALO, MOTIVADOS POR PAIXÕES POLÍTICAS. (SABC).


CANTAGALLO NOVO NA INTERNET

Todos já sabem que este jornal foi o primeiro do Estado do Rio de Janeiro a usar a Rede Mãe, obtendo um endereço eletrônico ou E-Mail: [email protected]. Isto em 13 de outubro de 1995 (edição número 11).

Mais importante ainda: Cantagallo Novo criou um novo estilo de trabalho jornalístico, a "reportagem cibernética", lançada a idéia na edição de 11. 11.95 e realizada a primeira delas na edição seguinte, dia 20 de dezembro de 1995.

Trata-se de uma reportagem feita com uma incursão no espaço cibernético, ou seja, visitando um "site", local ou "home-page" da Internet.

O repórter deste jornal acessou a "Virtual Ceramics Exhibit", publicando matéria sobre ela, inclusive reproduzindo algumas peças e dando informações sobre artistas que ali estavam expondo seus trabalhos.

Em nenhuma publicação, seja jornal ou revista, encontramos trabalho jornalístico similar.

Agora, diante das insuperáveis dificuldades de continuarmos mantendo a circulação física do jornal, estamos cuidando com especial carinho desta edição "on line", sabendo que o uso da Internet está-se tornando cada vez mais amplo, chegando a um número de pessoas que vem aumentando consideravelmente.

Nosso antigos "assinantes" e todos que o desejarem, poderão dispor deste veículo para suas comunicações, na medida de nossas disponibilidades e de acordo com nossa filosofia e linha editorial. Basta mandar um e-mail, telefonar ou escrever carta para:

E-mail: [email protected]

Telefone: (021) 611-0186

Carta: Cantagallo Novo - a/c Sebastião Carvalho

Rua Mariz e Barros, 15/204 Icaraí CEP 24220-120 - Niterói RJ.

Visite sempre a nossa página:

http://victorian.fortunecity.com/lion/182

E-mail: [email protected]


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